Temos um compromisso com a memória de Antonieta de Barros
No novo episódio do Posfácio, falamos sobre livros e outras ações que buscam restaurar a importância desta mulher para nossa história e impedir seu apagamento
No novo episódio do Posfácio falamos de uma pessoa que nos inspira como mulheres, jornalistas e pessoas que se interessam por literatura: a catarinense Antonieta de Barros. No dia 11 de julho de 1901, há 121 anos, Antonieta nasceu em Floripa. Ela foi professora, escreveu e teve seu próprio jornal, e foi a primeira deputada negra do Brasil. Além disso, Antonieta é conhecida por ter criado o Dia dos Professores e está eternizada em Floripa em um mural de 32 metros feito no centro da cidade pelos artistas Thiago Valdi, Tuane Ferreira e Gugie.
Tem também a escola que leva o nome dela, nas proximidades da Rua Victor Meirelles, e sofre há anos com o abandono do poder público. Poderia ser um memorial em homenagem a essa mulher e à educação, poderia ser muita coisa, mas infelizmente é, também, um reflexo da tentativa de apagamento histórico de pessoas como ela: mulher, negra, descendente de escravizados.
Mas muito tem sido feito pra não deixar o nome da Antonieta ser esquecido, e neste episódio recebemos duas pessoas que fazem parte desse movimento de fortalecer o legado dessa grande mulher: a professora Jeruse Romão, que escreveu a biografia de Antonieta de Barros, lançada em 2021 pela Cais, e Douglas Freitas, editor da Skript Editora, que está republicando o livro “Farrapos de Ideias”, escrito por Antonieta de Barros em 1937, com textos adicionais e paratextos da Jeruse Romão e da pesquisadora Eliane Debus.
Ouça agora:
A gente sabe que soa clichê, mas ouvir a professora Jeruse falando sobre Antonieta é uma aula. Não só pelo conhecimento que tem sobre sua biografada, mas pelo amor com que fala dela e dos paralelos da vida de Antonieta com a sua própria vida. Também foi muito interessante ouvir o compromisso ético da Jeruse, e também da Skript, em não colocar nenhuma militância na voz de Antonieta. Nas obras, ela está ali, tal qual como era. Talvez mais mulherista do que feminista (segundo o conceito de “mulherismo africana”, que nos foi apresentado por Jeruse), progressista, apesar do conservadorismo em alguns aspectos, e uma grande defensora da educação para todos, acima de tudo. Viva Antonieta!
Os livros citados neste episódio são:
“Antonieta de Barros: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil”, Jeruse Romão
“Farrapos de ideias”, Antonieta de Barros
“O negro no planalto”, Sebastião Ataíde
“Africanidades catarinenses”, org. Jeruse Romão
“Antonieta de Barros: discursos, entrevistas e outros textos”, Jeruse Romão
“Antonieta de Barros – Crônicas Selecionadas”
“O Teatro do Pavor”, Camilo Solano, Ale Presser, Manu Cunhas, Marcel Bartholo, Alice Monstrinho, Amaury Filho, Kaol Porfirio, Igum Djorge, Roberth Santos, Renata Aguiar, Thamy Adriana, Aldo Solano, Rapha Pinheiro, Douglas Freitas e Diego Moreau
“O cão da encruzilhada”, Estevao Ribeiro com arte de Rob Saint e cores de Ítalo Silva e Sandro Zambi
“Mulheres caídas”, Aline Daka
“Minha adolescência trans”, Josephine Yole Signorelli
Fica, vai ter sorteio!
Temos uma surpresinha: para as apoiadoras e apoiadores do Posfácio no apoia.se, vai ter sorteio do livro “Farrapos de Ideias”, editado pela Skript. Aguardem!
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Beijos,
Stefani e Carol