Sobre não fingir costume diante do extraordinário
Ou sobre como estamos falhando miseravelmente em fingir que é algo normal passar algumas horas conversando com nossas escritoras e escritores favoritos
Nós somos jornalistas com algum tempo de profissão. Passamos a maior parte dessa trajetória em redações de jornais. Já entrevistamos gente muito importante. Gente que a gente amava, gente que a gente odiava. Mas sempre, sempre, vestindo aquela fictícia máscara da neutralidade, com o ouvido atento, mas contendo a expressão facial. Sempre sendo muito “profissionais”. No Posfácio não é assim. Aqui, desde o início, tiramos nossas máscaras de jornalistas da “imprensa tradicional”. Aqui nós somos nós, sem filtros. E quem estiver ouvindo a terceira temporada do podcast vai perceber que falhamos miseravelmente em fingir costume ao conversar com gente grandona, com escritoras e escritores que admiramos muito. Revelamos nossa ansiedade, nossa emoção, a honra que é receber essas pessoas em nossa humilde sala do Meet.
Terminamos as conversas tão emocionadas e empolgadas que esquecemos de encerrar os episódios - foi assim com todos que gravamos até aqui! Ignoramos problemas técnicos, mergulhamos nas conversas sabendo que é, sim, um grande privilégio poder falar com quem nos inspira.
Foi assim no primeiro episódio dessa terceira temporada com a grandíssima e necessária Eliana Alves Cruz:
A Eliana é escritora e jornalista. Seu romance de estreia, “Água de barrela” - que esteve em nosso Melhores do Ano 2021 -, ganhou o prêmio Silveira Oliveira, da Fundação Palmares, em 2015. A Eliana escreveu ainda “O crime do cais do Valongo”, lançado em 2018, e “Nada digo de ti, que em ti não veja”, de 2020. E esse ano, acaba de lançar, pela Companhia das Letras, o livro “Solitária”. Eliana se descreve como uma mulher, negra, lationamerica, intelectual com os pés na rua, que vai pro samba e sabe rir de si mesma. E que risada gostosa!
Nesse episódio, conversamos com Eliana sobre a construção do romance histórico, seu processo de criação e a importância de dar vida a histórias “apagadas”.
Esse episódio do Posfácio tem roteiro e produção de Carol Passos e Stefani Ceolla, edição de Isaac Varzim (sim, graças aos nossos apoiadores, pagamos pela edição!) e a arte é de Marco Favero.
Os livros citados nesse episódio são:
“Água de barrela”, Eliana Alves Cruz
“O crime do cais do Valongo”, Eliana Alves Cruz
“Nada digo de ti, que em ti não veja”, Eliana Alves Cruz
“Solitária”, Eliana Alves Cruz
“Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela”, Leda Maria Martins
“Do Índico e do Atlântico: contos brasileiros e moçambicanos”, Organização Vagner Amaro
“O rio do sangue dos meninos pretos”, Gabriel Nascimento
“Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo”, Gabriel Nascimento
“A cor púrpura”, Alice Walker
“Amada”, Toni Morrison
Conteúdo extra:
Eliana Alves Cruz: “Saber que somos fruto de um sistema torturador e assassino não é fácil” - Revista Gama
Um bate-papo com Eliana Alves Cruz sobre “Solitária” - Rádio Companhia
Recados paroquiais
Alguns recados pra quem ainda não tá sabendo: a partir desta temporada, o Posfácio será quinzenal, e não mais semanal. Isso é importante pra gente garantir que vocês tenham um conteúdo de qualidade pra ouvir, o que demanda tempo.
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Beijos,
Carol e Stefani