Sobre a importância de lermos mulheres (diferentes de nós)
No episódio mais recente do Posfácio, convidamos das Donas da P* para conversarmos sobre escritoras e personagens femininas na literatura
Tia Encarna é uma travesti de mais de 100 anos que abriga outras mulheres como ela em sua pensão, em Córdoba, na Argentina. Amara escrevia em um blog suas experiências como prostituta nas ruas do Brasil. Emerenc é uma mulher rígida e misteriosa que vai trabalhar na casa de uma escritora na Hungria. Engraçadinha pode ser vista como uma Lolita, mas também é uma mulher que respeita suas vontades e desejos. A esposa do médico é a única que vê enquanto todos são vítimas da cegueira. Imani vive na guerra em Moçambique - em sua língua materna, seu nome significa algo que não existe.
É sobre essas diferentes mulheres, e muitas outras, que conversamos com nossas amigas Larissa Guerra e Marina Melz, do podcast Donas da P* Toda, no episódio mais recente do Posfácio.
Nós nos interessamos muito por ler mulheres, mas não só isso: queremos ler histórias sobre mulheres diferentes de nós. Travestis, prostitutas, senhoras solitárias, mocinhas voluptuosas, mulheres negras, mulheres diversas. Elas nos apresentam, na ficção ou não, realidades diferentes das nossas. Nos abrem o mundo, nos fazem ampliar nosso olhar. Homens e mulheres: precisamos ler pessoas diferentes de nós, variar um pouco, driblar o “cânone”, ir além dos clássicos.
(Essa newsletter tá virando um manifesto, mas semana passada foi Dia da Mulher, a gente teve que ler aquele canavial de postagem merda, não recebemos nenhum PIX em troca, então aguentem).
Além de nos ouvir, sugerimos muito que leiam os livros citados no episódio da semana. Essa seleção tá sensacional:
“O Parque das Irmãs Magníficas”, de Camila Sosa Villada
“E se eu fosse puta?”, de Amara Moira
“A vida que ninguém vê”, de Eliane Brum
“Asfalto selvagem”, de Nelson Rodrigues
“A porta”, de Magda Szabó
“A vida invisível de Eurídice Gusmão”, de Marta Batalha
“O ano em que morri em Nova York”, de Milly Lacombe
“Ensaio sobre a cegueira”, de José Saramago
“Três mulheres”, de Lisa Taddeo
“Mulheres de Cinzas", de Mia Couto
Indicamos até homens, vejam só! E temos mais um pra recomendar: o Jamil Chade escreveu em sua coluna no UOL um texto extremamente necessário sobre a condição feminina na guerra (em resposta a certas pessoas), que merece ser lido. Tá aqui!
E por hoje é isso!
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#leiamulheres