Saúde mental e como a literatura pode ajudar
Em um episódio de conversa, Carol e Stefani falam sobre a importância de cuidar da cabeça tendo livros como companhia
Como vai você? Eu preciso saber da sua vida… Na real, não precisamos, mas esse episódio é pra você, que está sentindo as coisas mais pesadas nos últimos tempos. Pode ser a pandemia, o Brasil, o peso da barra que é gostar de alguém… Enfim, motivos não faltam. Por isso, se cuidar é tão importante.
Se você é posfaceire de carteirinha, percebeu que demos uma pausa antes desse episódio. Pois é, como falamos na news anterior, precisamos dar um descanso, que foi mais que importante. Por mais que o Posfácio seja um projeto que amamos fazer, às vezes, cansamos com pré e pós-produção, pois somos só em duas fazendo as coisas acontecerem.
Mas chega de conversa e vamos às dicas do último episódio, totalmente dedicado aos três Ps que cuidam da nossa saúde mental: Paulo, Pablo e Patrícia.
Pra começar, Stefani falou sobre a questão estrutural envolvendo a relação da saúde mental e o trabalho. Ela citou o livro “A sociedade do cansaço”, do filósofo e ensaísta sul-coreano Byung Chul-Han.
O autor explica de que maneira a sociedade capitalista contemporânea nos transformou nos "trabalhadores perfeitos", aqueles que já não precisam mais, necessariamente, ter um patrão cobrando performance ou metas absurdas a cumprir para que nos sintamos cobrados a ter um alto índice de produtividade o tempo todo.
Segundo o autor, não é necessário que exista, visivelmente, de maneira óbvia e literal, alguém nos disciplinando; já estamos disciplinados. Concorremos uns com os outros baseados na vontade introjetada em nós de atingirmos os melhores resultados, maximizarmos nossa performance a qualquer custo.
Estamos domesticados nessa sociedade do cansaço. Isso, porém, não nos desumaniza, já que os efeitos práticos são doenças mentais resultantes do esgotamento, como a Síndrome de Burnout.
Bom pra refletir, né?
Já a Carol falou sobre o livro “Talvez você deva conversar com alguém: Uma terapeuta, o terapeuta dela e a vida de todos nós", da Lori Gottlieb. A autora é psicóloga e jornalista, já trabalhou na produção de séries e hoje escreve livros e colabora em jornais como o New York Times. Apesar do título péssimo, esse livro fala de muitas coisas. Lori usa sua história de rompimento com um namorado para falar sobre perda, vulnerabilidade e lidar com a nossa pior versão.
Lori é mãe solo e isso também é bem presente no livro. Um dia, o namorado dela, que é evitativo, diz que não suportaria morar mais 10 anos com uma criança em casa e, com isso, o relacionamento entre eles acaba. A autora fica destruída e não entende nada. Como terapeuta, demonstra ter dificuldades em se perceber do outro lado, como uma pessoa que precisa de tratamento. Ao longo do livro, ela fala sobre a transição da carreira e tudo que aprendeu ao decidir mudar de profissão.
É um livro que traz muitas reflexões internas e análises sobre comportamento humano. Ela expõe como os excessos demonstram falta e também a importância em lidar com questões difíceis, respeitar os sentimentos e as percepções.
Outras indicações:
Livros sobre saúde mental
“A sociedade do cansaço”, de Byung Chul-Han
“Essencialismo: A disciplinada busca por menos”, de Greg McKeown
“Talvez você deva conversar com alguém: Uma terapeuta, o terapeuta dela e a vida de todos nós”, de Lori Gottlieb
“Fragilidade”, de Jean-Claude Carrière
Livros para descansar a mente
“Meu ano de descanso e relaxamento”, de Ottessa Moshfegh
“Solidão e companhia”, de Silvana Paternostro
“Fundação”, de Isaac Asimov
Séries
Apps
Podcasts
New Me, da psicóloga Louise Madeira
Episódio chamado “Não é difícil calcular a idade de Jesus”, do Respondendo em Voz, da Laurinha Lero
Episódio do podcast Donas da Porra Toda, das nossas amigas Larissa Guerra e Marina Melz com a psicóloga Larissa Queiroz, do perfil @allegorica, em que elas falam da importância da raiva.
Episódio do podcast O Assunto, com a maravilhosa Natuza Nery, sobre Burnout.
Era isso, pessoal! Se cuidem!
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