Receitas imperdíveis pra você testar na cozinha!
O que isso tem a ver com literatura? Tudo! Ouça o novo episódio do Posfácio
Tem muita poesia em livros de receitas, e tem muita culinária na literatura. É isso que garantimos no novo episódio do Posfácio, que tem como convidada a Flávia Schiochet (pronunciem o nome como quiserem porque a gente desistiu de acertar). Flávia é jornalista, pesquisadora em alimentação vegetariana, repórter de gastronomia e tem uma newsletter chamada “Fogo Baixo” em que faz reflexões sobre alimentação. Ela também dá cursos sobre escrita para gastronomia e nos inspirou em uma conversa muito gostoso sobre quando a literatura e a culinária se encontram:
Mas aí em vez de falar de livros, na newsletter dessa semana a gente decidiu falar de receitas e dicas culinárias apresentadas em algumas das obras que citamos no episódio. Bora cozinhar (e ler, mas não ao mesmo tempo)?
RECEITA 1
Moqueca de siri mole em Dona Flor e Seus Dois Maridos
“Aula teórica: Ingredientes(para 8 pessoas): uma xícara de leite de coco, puro, sem água; uma xícara de azeite de dendê; um quilo de siri mole. Para o molho: três dentes de alho; sal a gosto; o suco de um limão; coentro, salsa; cebolinha verde; duas cebolas; meia xícara de azeite doce; um pimentão; meio quilo de tomates. Para depois: quatro tomates; uma cebola; um pimentão.
Aula prática:
Ralem duas cebolas, amassem o alho no pilão;
Cebola e alho não empestam, não senhoras, são frutos da terra, perfumados.
Piquem o coentro bem picado, a salsa, alguns tomates, a cebolinha e meio pimentão. Misturem tudo em azeite doce e a parte ponham esse molho de aromas suculentos (essas tolas acham a cebola fedorenta, quê sabem elas dos odores puros? Vadinho gostava de comer cebola crua e seu beijo ardia).
Lavem os siris inteiros em água de limão, lavem bastante, mais um pouco ainda, para tirar o sujo sem lhes tirar porém a maresia. E agora a temperá-los: um a um no molho mergulhando, depois na frigideira colocando um a um, os siris com seu tempero. Espalhem o resto do molho por cima dos siris bem devagar que esse prato é muito delicado. (Ai, era o prato preferido do Vadinho).
Tomem de quatro tomates escolhidos, um pimentão, uma cebola, tudo por cima e em rodelas coloquem para dar um toque de beleza. No abafado por duas horas deixem a tomar gosto…”.
RECEITA 2
Do livro “Duas pessoas são muitas coisas”, de Cristiane Lisbôa:
RECEITA 3
Não é bem receita, mas é sobre um ingrediente que tem em todas. De “O reino das cebolas”, de Cínthia Moskovich:
Agora sim, vamos à literatura propriamente dita.
Os livros citados neste episódio são:
“A vida invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha
“Duas pessoas são muitas coisas”, de Cristiane Lisbôa
“Papel-manteiga para embrulhar segredos”, de Cristiane Lisbôa
“O reino das cebolas”, de Cínthia Moskovich
“Calor”, Bill Buford
“A descoberta da currywurst”, de Uwe Timm
“O pedante na cozinha”, de Julian Barnes
“Como Água para Chocolate”, de Laura Esquivel
“O poderoso chefão”, de Mario Puzo
"A comida baiana de Jorge Amado", de Paloma Jorge Amado
"As Frutas de Jorge Amado", de Paloma Jorge Amado
“Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Jorge Amado
“O Sal é um Dom, de Mabel Velloso
“O guia de receitas manezinhas”, Catarina Duarte e Lívia Schumacher Corrêa
E tem + dicas!
Dissertação “Ela sabia desaparecer com(o) os pedaços de cebola: mulheres, (in)visibilidades e livros de receitas”, da Mariana Vogt Michaelsen
Perfil da Cristiane Lisbôa no Instagram
Estudo “Culinária, erotismo e literatura na obra de Jorge Amado”, de Ricardo André Ferreira Martins, Luciana Brito e Pedro Palma de Souza
Reportagem especial “A cozinha de Jorge Amado”, do UOL
Matéria “Saudação à mandioca”, da revista Quatro Cinco Um
Ouça: “Para comer melhor tem que apoiar quem produz; não o agro”
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Newsletter de Mark Mendez
E por hoje é tudo isso! Boa semana <3