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Meyer Filho: o embaixador de Marte na Terra
No episódio mais recente do Posfácio, falamos com a artista, curadora e editora Kamilla Nunes, que em breve lançará um livro definitivo sobre o modernista catarinense
“O Baile Místico de Meyer Filho” ilustra uma medianeira gigante no Centro de Florianópolis. Na obra de arte feita pelo artista Rodrigo Rizo, com assistência de Tuane Ferreira e produção de Victor Moraes, na parede do edifício Comasa, na Rua Felipe Schmidt, o pintor aparece junto de seus sonhos, galos, casarios, quintais e outros elementos do folclore local, que marcaram sua obra.
Em uma reportagem do querido Paulo Clóvis Schmitz, no ND, ele define Meyer Filho assim: “Numa terra de poucas ousadias, ele se dizia embaixador de Marte na Terra, desenhava enquanto bebia com os amigos em bares (e distribuía pequenas obras de arte aos circundantes)”. Depois, PC conta: “Numa conversa – real ou imaginária? – com o escritor Salim Miguel (1924-2016), seu amigo, Meyer afirmou que ‘Marte é uma civilização muito mais avançada do que a nossa, lá também opinam os galos’”.
Pra falar sobre ele, nós convidamos Kamilla Nunes, que lança no segundo semestre deste ano um livro sobre o artista chamado “Arquivos Implacáveis de Meyer Filho”.
Kamilla é curadora, editora, crítica de arte e artista, e foi diretora do Instituto Meyer Filho. É autora do livro “Espaços autônomos de arte contemporânea”, lançado em 2013 através da Bolsa Funarte de estímulo à produção crítica. Organizou diversos livros, como "Escovar a história a contrapelo", "Meyer Filho: Exercícios de Imaginação", "LUME: Clara Fernandes" e "Ações Curatoriais". Ela é uma das responsáveis pela Cais Editora.
No Posfácio, ela conta muitas histórias curiosas sobre o artista, fala de sua relação pessoal com a obra dele e do tempo que tem se dedicado a estudar Meyer Filho, além do processo de concepção do livro “Arquivos Implacáveis”.
Ouça agora:
Um modernista catarinense
Nem imaginávamos a grande história que esse episódio renderia. O gancho foi a Semana de Arte Moderna, que completou 100 anos em 2022. Foi um marco na cultura nacional, mas também bastante controverso. O modernismo não começou nem terminou em 1922: teve gente que veio antes, como Pixinguinha e Lima Barreto, e gente que veio depois, como o catarinense Meyer Filho.
Em um episódio do podcast Angu de Grilo, das maravilhosas Flávia Oliveira e Isabela, um bloco todo é dedicado a falar sobre o modernismo, e elas trazem pontos muito importantes, como o fato de artistas de fora de São Paulo terem sido ignorados pela Semana de Arte Moderna.
Outra questão “polêmica” da Semana de 22 está em torno de Mário de Andrade. Até hoje se discute a cor dele. Oswaldo de Camargo, um dos principais nomes da literatura contemporânea, lançou um livro chamado “Negro Drama: ao redor da cor duvidosa de Mário de Andrade”, em que ele relata que o Mário se descrevia assim, uma pessoa de “cor duvidosa”, e traz relatos que mostram que ele sofreu racismo. Tem uma frase bem impactante que é: “o sucesso embranquece”.
Outro conteúdo interessante é um episódio super especializado do podcast da 451 sobre a Semana de Arte Moderna. É muito completo!
A gente também recomenda a Plataforma de Estudos do Primeiro Modernismo Literário Brasileiro, que está no ar com um banco de dados que é uma referência pioneira para os atuais e futuros pesquisadores. O projeto reúne as informações biográficas, a produção escrita e a fortuna crítica dos autores presentes na Semana de Arte Moderna de 1922 ou que se projetaram no decorrer da década de 1920 publicando livros, artigos em jornais e revistas e participando de movimentos. Entre os 24 autores, poetas e escritores destacados na plataforma estão Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Graça Aranha, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Guilherme de Almeida, Tarsila do Amaral e Sérgio Milliet.
Ufa, é isso!
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