Leiam mulheres negras!
Quais são as autoras negras que você já leu? A gente fala sobre Djamila Ribeiro, Sefi Atta, Maria Firmina dos Reis e outras referências. Falamos também sobre nossas avós
Oi!
No primeiro episódio sério (pero no mucho) do podcast Posfácio, nós falamos sobre autoras negras que lemos recentemente e que nos marcaram. É um episódio sobre ancestralidade, família, sobre sair das nossas bolhas e tentar olhar o mundo por meio das perspectivas que essas mulheres nos trazem. É sobre reconhecer nossos privilégios, lembrar que nem todas as mulheres vivem de maneiras iguais, e que o mundo só vai ser justo pra nós, Stefani e Carol, quando nenhuma outra mulher ficar pra trás.
Antes de tudo, falamos sobre a primeira mulher a publicar um livro no Brasil: Maria Firmina dos Reis, negra e nordestina, autora de “Úrsula”. Você aprendeu sobre esse livro na escola? Nós também não. Essa obra tá disponível aqui. LEIAM!
Stefani comenta o livro “Cartas para minha avó”, da Djamila Ribeiro. É um livro de memórias e, a partir das cartas que ela escreve para a avó já falecida, narrando fatos desde a infância até a vida adulta, a história de Djamila vai sendo revelada. É um livro sobre luta, sobre respeito à ancestralidade, sobre de onde se vem e pra onde se vai.
Esse livro nos tocou pessoalmente pela relação que temos com nossas avós. Deu vontade de chorar? Deu. Deu saudade também? Muita. Esse é outro ponto em comum entre essas duas amigas que vos escrevem. Então Dona Lires, Dona Joaquina e Dona Dinacy, aquele abraço! Clique e comente contando alguma história sobre sua relação com a sua avó:
Voltando às autoras negras, Carol fala sobre o livro “Tudo de bom vai acontecer”, da nigeriana Sefi Atta. É uma ficção que conta a história de duas meninas de 11 anos que crescem enfrentando o terror da repressão política e da opressão machista na Nigéria, fala das diferenças culturais e remete muito à Tetralogia Napolitana, da italiana Elena Ferrante (que foi escrito depois). Aí vem outra pergunta: Se são obras tão parecidas, por que a gente conhece tão bem a Ferrante, e tão pouco a Sefi? Sabemos a resposta, e vocês também.
O livro mostra as diferenças culturais entre duas meninas de classes, cores e religiões diferentes. A escrita da Sefi é sensível e bonita. Em um romance que tinha tudo para ser muito triste, ela traz beleza e reflexão. Segundo a Chimamanda Adichie, esse é o primeiro romance nigeriano que mostra a mulher africana com um viés feminista. Vale conferir.
(Em um momento do podcast, a Carol citou a entrevista e a revistinha da Tag, que tem um texto com a Ayòbámi Adébáyò, curadora do mês em que “Tudo de bom vai acontecer” foi enviado pela editora. Ela achou na internet, que beleza! O link tá aqui).
Agradecimentos e feedbacks
Aqui tá a arte feita pelo Jorge Jr. para nosso podcast que só não emplacou porque a humanidade ainda não tá preparada pra tamanha genialidade. Tua hora ainda vai chegar, Jorge.
Nesse episódio, estreia o quadro “Feedback 360”, com áudios que recebemos de nossos ouvintes. Mandem áudios, nós gostamos! Se você que está lendo não tem nosso contato no Whatsapp, pode mandar pro Telegram da Carol: @carolinepassos.
Os livros citados nesse episódio são:
Úrsula (Maria Firmina dos Reis) - essa é a edição linda da editora Antofágica
Cartas para minha avó (Djamila Ribeiro)
Tudo de bom vai acontecer (Sefi Atta)
Fique Comigo (Ayọbámi Adébáyo)
Hibisco Roxo (Chimamanda Ngozi Adichie)
Por um feminismo afro-latino-americano (Lélia Gonzalez)
O perigo de uma história única (Chimamanda Ngozi Adichie) - aqui tem o link pro livro. Assista à palestra:
Se vocês ainda não conhecem, esse é o vídeo-sátira que mostra os estadunidenses brancos “descobrindo” que a Beyoncé é negra. É sobre isso.
Mais uma dica importantíssima: o podcast Vidas Negras, do jornalista Tiago Rogero. Cada episódio é um presente. Lindo o trabalho do Tiago em trajetórias de personalidades negras da história e da atualidade. Maratonem!
Episódio novo do Posfácio toda sexta-feira
O próximo episódio será sobre Alines. Vamos falar sobre Aline Bei e Aline Valek e novos formatos de distribuir literatura. Você já conhece essas autoras? Também vamos falar de nossa relação com a escrita. Elas escrevem, elas.
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Era isso!
Até a próxima ;)