Dia dos Professores: Um podcast e três livros sobre a educação como prática para a liberdade
Vamos ouvir a palavra de Antonieta de Barros, Paulo Freire e bell hooks?
Oi, aqui é a Stefani e esse é meu primeiro ano como professora! Ainda tô remando nessa profissão: pra quem não sabe, sou jornalista e atuo na área há uns 15 anos, mas três anos atrás decidi iniciar o curso de Letras - Língua Portuguesa e Literaturas. Em 2022 surgiu a oportunidade que eu queria e comecei a dar aula, voluntariamente, no projeto Integrar, um cursinho pré-vestibular gratuito em Floripa. Toda quarta-feira eu tô lá dando aula de redação pra uma turma de alunos que vão dos 16 aos 60 anos - e não tem uma única quarta-feira que eu não saia de lá sorrindo e confiante de que o futuro vai ser melhor que o presente. Bastaram alguns meses pra eu ter certeza de que ser professora é algo que eu realmente quero pra minha vida, e tenho me debruçado sobre alguns livros que me indicam os rumos pra seguir na profissão da maneira que eu acredito. Hoje resolvi fazer essa newsletter extraordinária para compartilhar com vocês algumas indicações!
Pra começar: vocês sabiam que o Dia dos Professores foi criado a partir de um projeto de lei da catarinense Antonieta de Barros - primeira mulher negra eleita para uma casa legislativa no Brasil? Nessa matéria publicada no El Pais Brasil em 2020, a jornalista Aline Torres conta essa história.
Antonieta era uma militante pela educação e é uma grande inspiração. Nessa terceira temporada do Posfácio, fizemos um episódio sobre ela com a também professora Jeruse Romão, autora da biografia de Antonieta. Ouçam agora!
Para ler:
“Antonieta de Barros: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil”, de Jeruse Romão
Nessa biografia, publicada pela Cais Editora em 2021, a professora Jeruse “nos dá a oportunidade de uma visão mais humana sobre Antonieta de Barros”, escreve Flávia Person na contracapa.
“Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire
Escrito entre 1967 e 1968, o livro foi publicado em 1974 - mas eu acabei de ler e juro: infelizmente, é mais atual do que nuca. Nele, o Patrono da Educação Brasileira defende uma educação baseada no diálogo e feita com as pessoas, e não para as pessoas. É uma lição de esperança, amor e prática. A obra acaba de ganhar nova edição no Brasil pela editora Paz & Terra.
“Ensinando a transgredir”, de bell hooks
Bastante influenciada por Paulo Freire, a educadora e militante estadunidense defende a educação como prática da liberdade, rompendo as barreiras de raça, classe e gênero, sem, no entendo, ignorá-las. bell hooks aborda nesse livro o conceito de “pedagogia engajada”. No Brasil, a obra foi publicada em 2017 pela editora WMF Martins Fontes, com tradução de Marcelo Brandão Cipolla.
Em tempo: não adianta desejar Feliz Dia dos Professores nas redes sociais se você defende um projeto de país que tira dinheiro da educação, da ciência, criminaliza a profissão, enfraquece escolas e universidades.
Beijos e até a próxima!