"Copo Vazio" ou "não era amor, era cilada"
Literatura e utilidade pública sobre como identificar um boy lixo
Saiu a segunda parte da nossa conversa com a escritora Natalia Timerman no Posfácio Podcast, focada no livro “Copo Vazio”. Atenção galera, mulheres, que já tomaram aquele ghosting gostoso: ouçam.
O romance conta a história de Mirela, uma mulher inteligente e bem-sucedida, que acaba submergida em afetos perturbadores quando se apaixona por Pedro. Primeiro, experimenta aquilo que Clarice Lispector chamou de “felicidade insuportável”. Depois, aquilo que Molejo chamou de “Cilada”.
No Instagram, a gente fez um resumo da história em memes:
O livro bombou muito quando foi lançado, em 2021, principalmente pela atualidade da história. Mirela conheceu o Pedro em um aplicativo de namoro, se apaixonou profundamente, mas o cara meteu o famigerado ghosting.
Eu não li esse livro: ouvi o audiobook, lindamente narrado pela Natalia, e foi uma ótima experiência (dá pra ouvir um trecho aqui). Já tenho o hábito de ouvir muito podcast, entre eles o famoso “Não inviabilize”, e conforme ouvia o livro eu imaginava a voz da Déia Freitas entrando e dizendo “eeeee, Mirela”.
E se em alguns momentos eu pensei “mulher, você tinha todos os sinais de que não dava pra confiar nesse homem”, por outro lado em muitos momentos em me vi na Mirela, fazendo coisas que ela fez. Quem nunca, não é mesmo?
Mas, como isso aqui também é utilidade pública, enquanto eu ouvia “Copo Vazio”, fiz uma lista de sinais de que o Pedro seria uma cilada. Atenção, amiga ouvinte/leitora pra essa lista:
1° - o cara usava uma camiseta do Flamengo na foto do aplicativo de paquera. E ele era mineiro, um mineiro orgulhoso de ser mineiro. Como assim ele não torcia nem pro Galo, nem pro Cruzeiro? Eu já não confiaria no cara só por isso.
2° - ele disse que tinha tomado um pé na bunda há 4 meses, mas em outro momento ele diz que foi ele que deu o pé na bunda. Eu fugiria (teoricamente).
3° - ele não apresentou amigos nem família pra ela.
4° - é um homem adulto que não sabe cozinhar.
Cairias nessa?
Sobre a autora
Natalia Timerman nasceu em 1981 em São Paulo. É psiquiatra, mestre em psicologia e doutoranda em literatura. Publicou “Desterros: Histórias De Um Hospital-Prisão” (Elefante, 2017) e a coletânea de contos “Rachaduras” (Quelônio, 2019), finalista do prêmio Jabuti. Pela Todavia, publicou o famosérrimo “Copo Vazio”, de 2021, e “As pequenas chances”, de 2023, que também tem episódio:
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Muito obrigada!
Stefani
O segundo parágrafo é uma das melhores sinopses que já li.
jamais cairias (já cai trocentas vezes) 🥲